Charles Darwin: biografia resumida

23/01/2024

Charles Robert Darwin foi um naturalista, geólogo e biólogo britânico, nascido em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury, Reino Unido, e falecido em 19 de abril de 1882, em Downe, Reino Unido. Ele é amplamente reconhecido por suas contribuições significativas para a teoria da evolução nas ciências biológicas.

Darwin é conhecido como o pai da teoria da evolução biológica por seleção natural. Em sua obra mais influente, "A Origem das Espécies", ele propôs que a evolução ocorre por meio do mecanismo da seleção natural, onde as espécies mais adaptadas ao ambiente têm maior probabilidade de sobreviver e se reproduzir.

Charles Darwin: o pai da teoria da evolução biológica

Charles Robert Darwin - Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 – Downe, 19 de abril de 1882
Charles Robert Darwin - Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 – Downe, 19 de abril de 1882

Charles Darwin foi um dos maiores cientistas da história, responsável por desenvolver a teoria da evolução biológica, que explica como as espécies se originaram e se diversificaram ao longo do tempo. Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre a biografia resumida, a trajetória de vida e obra, os principais conceitos e as contribuições de Darwin para a biologia evolutiva.

Biografia resumida de Charles Darwin

Charles Robert Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury, na Inglaterra. Era filho de um médico bem-sucedido e de uma mulher religiosa, que morreu quando ele tinha oito anos. Desde cedo, Darwin demonstrou interesse pela natureza, colecionando plantas, animais e fósseis. Estudou medicina na Universidade de Edimburgo, mas abandonou o curso por não suportar as cirurgias sem anestesia. Em seguida, estudou teologia na Universidade de Cambridge, onde se tornou amigo de vários naturalistas.

Em 1831, Darwin recebeu um convite para embarcar como naturalista na expedição do navio HMS Beagle, que iria circum-navegar o globo por cinco anos. Foi nessa viagem que Darwin coletou uma grande quantidade de dados e observações sobre a diversidade e a distribuição geográfica das espécies, especialmente nas ilhas Galápagos, no Pacífico. Essas evidências o levaram a questionar as ideias vigentes sobre a criação divina e a imutabilidade das espécies.

Ao retornar à Inglaterra, em 1836, Darwin se dedicou a analisar e organizar as suas descobertas, além de estudar outras fontes de informação, como a geologia, a paleontologia, a agricultura e a criação de animais. Em 1839, casou-se com sua prima Emma Wedgwood, com quem teve dez filhos. Em 1842, mudou-se para uma casa no campo, onde viveu até o fim da vida, sofrendo de vários problemas de saúde.

Em 1858, Darwin recebeu uma carta de outro naturalista, Alfred Russel Wallace, que havia chegado às mesmas conclusões que ele sobre a origem e a evolução das espécies. Para evitar ser preterido, Darwin decidiu publicar um resumo de suas ideias, juntamente com o trabalho de Wallace, na Sociedade Linneana de Londres. No ano seguinte, publicou o seu livro mais famoso, A origem das espécies, que causou grande impacto e controvérsia no meio científico e na sociedade.

Darwin continuou a escrever e a pesquisar sobre diversos temas relacionados à evolução, como a seleção sexual, a variação, a hereditariedade, a origem do homem e a expressão das emoções. Morreu em 19 de abril de 1882, aos 73 anos, e foi sepultado na Abadia de Westminster, em Londres, ao lado de outros ilustres cientistas.

A teoria da evolução biológica de Darwin

A teoria da evolução biológica de Darwin é considerada uma das maiores conquistas da ciência, pois fornece uma explicação natural e racional para a origem e a diversidade da vida na Terra. Darwin baseou-se em quatro pilares principais para sustentar a sua teoria: a variação, a herança, a luta pela existência e a seleção natural.

A variação

Darwin observou que os indivíduos de uma mesma espécie apresentam diferenças entre si, chamadas de variações. Essas variações podem ser morfológicas, fisiológicas, comportamentais ou genéticas, e podem ser influenciadas pelo ambiente ou pela reprodução sexuada. Darwin não sabia a origem das variações, mas reconhecia a sua importância para a evolução.

A herança

Darwin também percebeu que as variações podem ser transmitidas de pais para filhos, ou seja, são hereditárias. Assim, as características dos indivíduos podem se perpetuar ou se modificar ao longo das gerações. Darwin não conhecia os mecanismos da herança, mas propôs uma hipótese chamada de pangênese, que foi posteriormente refutada pela genética.

A luta pela existência

Darwin notou que os organismos tendem a se reproduzir em grande número, mas que os recursos do ambiente são limitados. Isso gera uma competição entre os indivíduos, que precisam lutar pela sobrevivência e pela reprodução. Darwin chamou esse fenômeno de luta pela existência, que pode ser intraespecífica (entre indivíduos da mesma espécie) ou interespecífica (entre indivíduos de espécies diferentes).

A seleção natural

Darwin concluiu que, na luta pela existência, os indivíduos melhor adaptados ao ambiente têm mais chances de sobreviver e de se reproduzir do que os menos adaptados. Essa diferença de sucesso reprodutivo faz com que as características favoráveis sejam preservadas e as desfavoráveis sejam eliminadas ao longo do tempo. Darwin chamou esse processo de seleção natural, que é o principal mecanismo da evolução.

A origem das espécies e o darwinismo

O livro A origem das espécies, publicado por Darwin em 1859, é considerado a obra-prima da biologia evolutiva. Nele, Darwin apresenta as evidências e os argumentos que sustentam a sua teoria da evolução por meio da seleção natural. O livro é dividido em 14 capítulos, que abordam temas como a variação, a seleção, a hibridização, a geologia, a biogeografia, a anatomia comparada, a embriologia, a classificação, a extinção e a origem do homem.

O livro causou uma grande repercussão na época, pois contrariava as concepções religiosas e científicas dominantes, que defendiam a criação divina e a imutabilidade das espécies. O livro também gerou diversas interpretações e aplicações, nem sempre fiéis às ideias de Darwin. O termo darwinismo foi usado para designar o conjunto de teorias e correntes que se inspiraram ou se opuseram à teoria da evolução de Darwin.

Os cadernos desaparecidos de Darwin

Um dos mistérios que envolvem a vida e a obra de Darwin é o desaparecimento de dois cadernos que ele usou para registrar as suas ideias sobre a evolução entre 1837 e 1838. Esses cadernos, chamados de B e C, continham anotações, diagramas, esboços e reflexões de Darwin sobre a origem e a diversificação das espécies, incluindo a famosa árvore da vida, que representa as relações de parentesco entre os grupos de organismos.

Os cadernos desaparecidos de Darwin foram vistos pela última vez em 2001, quando foram fotografados e microfilmados por um pesquisador da Universidade de Cambridge, onde estavam guardados. Desde então, ninguém sabia o paradeiro dos cadernos, que poderiam ter sido roubados, perdidos ou destruídos. A ausência dos cadernos à época foi uma grande perda para a história da ciência, pois eles continham informações valiosas sobre o desenvolvimento do pensamento de Darwin e a sua relação com outros cientistas e autores da época.

Em 2020, a Universidade de Cambridge lançou uma campanha pública para tentar recuperar os cadernos desaparecidos, oferecendo uma recompensa de 20 mil libras para quem tiver informações sobre o seu paradeiro. A campanha também divulgou as imagens digitalizadas dos cadernos, que poderiam ser acessadas online por qualquer pessoa interessada em conhecer mais sobre a obra de Darwin. 

Dois blocos de anotações de Charles Darwin, que haviam sido misteriosamente "roubados", foram devolvidos à Universidade de Cambridge, no Reino Unido, após 22 anos de desaparecimento. Os cadernos de notas do naturalista britânico foram recuperados, revelando ideias pioneiras sobre a evolução e incluindo seu famoso esboço da "Árvore da Vida". A devolução dos cadernos foi considerada um evento significativo para a comunidade científica e para a preservação do legado de Darwin. 


Árvore da Vida - Charles Darwin/Wikimedia Commons
Árvore da Vida - Charles Darwin/Wikimedia Commons