Movimento Desconecta: Mães lutam para adiar o acesso de crianças e adolescentes aos smartphones

09/06/2024
Mães lutam para adiar o acesso de crianças e adolescentes aos smartphones
Mães lutam para adiar o acesso de crianças e adolescentes aos smartphones

Mães de SP se unem no Movimento Desconecta para adiar o acesso de crianças e adolescentes a smartphones e redes sociais. 

Movimento inspirador de mães paulistanas busca proteger a infância e adolescência dos perigos do uso precoce de smartphones e redes sociais.

Em uma iniciativa inovadora e inspiradora, um grupo de mães de São Paulo decidiu unir forças para combater o uso precoce de smartphones por crianças e adolescentes. O Movimento Desconecta, como foi batizado, propõe um acordo entre os pais para adiar a entrega dos aparelhos até os 14 anos e restringir o acesso às redes sociais até os 16 anos.

Inspiração internacional e embasamento científico

A iniciativa brasileira se espelha em movimentos semelhantes em outros países, como o "Wait Until 8th" nos Estados Unidos e o "Smartphone Free Childhood" no Reino Unido. A preocupação das mães paulistanas encontra respaldo em diversas pesquisas que alertam para os perigos do uso excessivo de telas e redes sociais na infância e adolescência.

Estudos indicam que o uso precoce e descontrolado de smartphones pode levar a problemas como:

  • Dificuldade de concentração e aprendizado: O excesso de estímulos visuais e sonoros prejudica a atenção e o foco, afetando o desempenho escolar.
  • Problemas de sono: A luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina, hormônio que regula o sono, causando insônia e outros distúrbios.
  • Sedentarismo e obesidade: O tempo gasto em frente às telas substitui atividades físicas importantes para o desenvolvimento saudável.
  • Ansiedade e depressão: A exposição constante a conteúdos negativos e a comparação com a vida "perfeita" de outros nas redes sociais podem gerar sentimentos de inadequação e tristeza.
  • Cyberbullying e outros perigos online: Crianças e adolescentes são mais vulneráveis a assédios virtuais e outros riscos da internet.

A união faz a força: o nascimento do Movimento Desconecta

A ideia do movimento surgiu em abril deste ano, em uma escola particular de São Paulo. Camila Bruzzi, uma das mães idealizadoras, conta que a inquietação começou quando ela e outras mães perceberam que, mesmo desejando adiar a entrega dos smartphones aos filhos, a pressão social dificultava a decisão.

"Percebemos que a questão social é determinante nesse momento em que o pai e a mãe dão o celular para a criança. Então pensamos: 'Se o grande motivo é que todo mundo tem, isso a gente consegue influenciar'", explica Camila.

A partir daí, o debate se intensificou em um grupo de WhatsApp com outros pais da escola. Rapidamente, a proposta de um "grande acordo" para adiar a entrega dos smartphones ganhou adesão e ultrapassou os muros do colégio.

"Mesmo antes de começarmos a divulgar, começamos a receber mensagens de pais de outras escolas", relata Camila, demonstrando o alcance e a relevância do movimento.

O futuro do Movimento Desconecta

O Movimento Desconecta ainda está em seus primeiros passos, mas já demonstra um grande potencial de transformação. A iniciativa das mães paulistanas é um exemplo de como a união e a mobilização podem gerar mudanças positivas na sociedade.

Ao conscientizar sobre os riscos do uso precoce de smartphones e propor alternativas, o movimento contribui para a construção de um futuro mais saudável e equilibrado para as crianças e adolescentes. Afinal, a infância e a adolescência são fases preciosas que devem ser vividas plenamente, com foco no desenvolvimento físico, emocional e social, e não em frente a uma tela.

O Movimento Desconecta nos convida a refletir sobre o papel da tecnologia em nossas vidas e a buscar um equilíbrio entre o mundo virtual e o mundo real. É um chamado à ação para protegermos nossas crianças e adolescentes dos perigos do uso excessivo de smartphones e redes sociais, garantindo que eles tenham uma infância e adolescência mais saudáveis, felizes e conectadas com o mundo ao seu redor.

Saiba mais: https://www.movimentodesconecta.com.br/



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