Quem foi Ana Teberosky? biografia

01/04/2023
Ana Teberosky - Créditos: Nova Escola
Ana Teberosky - Créditos: Nova Escola

Saiba mais sobre a biografia de Ana Teberosky, pesquisadora argentina que desenvolveu a teoria da psicogênese da língua escrita em parceria com Emília Ferreiro. Descubra como suas pesquisas contribuíram para a compreensão da aquisição da linguagem escrita pelas crianças.

Ana Teberosky é uma das mais importantes pesquisadoras e educadoras da área de psicologia e educação na Espanha. Ela nasceu em 1944 em Buenos Aires, na Argentina e faleceu em 2023. Ao longo de sua vida, Teberosky contribuiu significativamente para a compreensão da aquisição da leitura e da escrita na infância, bem como para o desenvolvimento da alfabetização em países de língua espanhola.

Teberosky estudou na Universidade de Barcelona, onde se formou em Filosofia e Letras e posteriormente em Pedagogia. Mais tarde, em 1970, ela obteve seu doutorado em psicologia pela Universidade Autônoma de Madri. A partir da década de 1970, Teberosky começou a trabalhar no Instituto de Ciências da Educação da Universidade de Barcelona e, mais tarde, no Instituto de Educação da Universidade de Barcelona. Ela também foi professora visitante em várias universidades de língua espanhola em todo o mundo.

A pesquisa de Teberosky concentrou-se principalmente na aprendizagem da linguagem escrita, especialmente na alfabetização inicial. Ela desenvolveu uma teoria que explicava como as crianças aprendem a ler e escrever, baseada em sua própria experiência de ensino em escolas primárias. Sua teoria, conhecida como Teoria da Psicogênese da Língua Escrita, enfatizou a importância do contexto social e cultural na alfabetização. Ela argumentou que a aprendizagem da escrita ocorre em um ambiente social e cultural rico, no qual a criança é incentivada e apoiada na prática da leitura e escrita.

Teberosky também foi autora de muitos livros e artigos sobre alfabetização, incluindo "Aprender a Ler e Escrever: Uma Proposta Construtivista", escrito em colaboração com Emília Ferreiro. Este livro é considerado um dos mais importantes na área de alfabetização em língua espanhola. 

Em reconhecimento ao seu trabalho e contribuição na área da educação, Teberosky recebeu vários prêmios, incluindo o Prêmio Nacional de Educação da Espanha em 2014 e o Prêmio Internacional de Educação e Desenvolvimento em 2015.

Ana Teberosky é uma importante pesquisadora e educadora na área de psicologia e educação, que dedicou sua vida ao estudo da aquisição da leitura e da escrita na infância e ao desenvolvimento da alfabetização em países de língua espanhola. Sua teoria da Psicogênese da Língua Escrita é amplamente estudada e aplicada em todo o mundo, e seus livros e artigos são referência para estudantes, professores e pesquisadores na área da alfabetização.

Qual a teoria de Emília Ferreiro e Ana Teberosky formularam? 

Emília Ferreiro e Ana Teberosky formularam a teoria da Psicogênese da Língua Escrita, que é amplamente reconhecida como uma das mais importantes teorias sobre aquisição da linguagem escrita na infância. Essa teoria foi desenvolvida a partir de suas pesquisas e experiências no campo da educação e psicologia, especialmente na alfabetização em países de língua espanhola.

A teoria da Psicogênese da Língua Escrita destaca a importância do papel ativo da criança no processo de alfabetização. Ferreiro e Teberosky argumentaram que as crianças não são apenas receptáculos passivos que memorizam símbolos e sons, mas são ativas e constroem seu próprio conhecimento sobre a linguagem escrita. Isso significa que as crianças têm sua própria lógica e compreensão do sistema de escrita, independentemente do que é ensinado na escola ou em casa.

A teoria é baseada em uma série de etapas que as crianças atravessam na aquisição da linguagem escrita. Essas etapas incluem a pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética. Na etapa pré-silábica, a criança começa a reconhecer as formas das letras e a utilizá-las para expressar suas ideias, mesmo que não haja correspondência entre a letra e o som. Na etapa silábica, a criança começa a perceber que as palavras são compostas de sílabas e tenta combinar letras para formar sílabas. Na etapa silábico-alfabética, a criança começa a perceber a relação entre sílabas e letras, e começa a compor palavras combinando as duas. Na última etapa, alfabética, a criança já é capaz de reconhecer as letras e seus sons e de ler e escrever palavras com facilidade.

A teoria da Psicogênese da Língua Escrita é importante porque destaca a importância do processo ativo de construção do conhecimento pelas crianças na alfabetização. Isso significa que o papel do professor é encorajar e apoiar as crianças em sua própria aprendizagem, em vez de apenas ensinar um conjunto de regras ou habilidades. Além disso, a teoria é relevante para a compreensão da alfabetização em diferentes idiomas, uma vez que destaca a importância da compreensão da linguagem escrita em termos de construção de conhecimento.

O que é a teoria da psicogênese da língua escrita?

 A teoria da psicogênese da língua escrita é uma abordagem teórica sobre a aquisição da linguagem escrita por crianças, desenvolvida pelas pesquisadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky na década de 1970. A teoria se baseia em pesquisas realizadas por Ferreiro e Teberosky em diversos países de língua espanhola, que buscavam compreender como as crianças aprendem a ler e escrever.

Segundo a teoria, a aquisição da linguagem escrita pelas crianças é um processo ativo e construtivo, em que as crianças não apenas aprendem as convenções e regras da escrita, mas também constroem seu próprio conhecimento e compreensão sobre a linguagem escrita. As crianças são consideradas sujeitos ativos na aquisição da linguagem escrita, que constroem hipóteses e fazem inferências com base em sua própria experiência e observação do ambiente em que estão inseridas.

A teoria da psicogênese da língua escrita propõe que a aquisição da linguagem escrita ocorre em diferentes estágios, que incluem a pré-silábica, a silábica, a silábico-alfabética e a alfabética. Cada estágio é caracterizado por um determinado nível de compreensão das relações entre letras, sílabas e palavras. A teoria também destaca que as crianças podem passar por diferentes estágios em diferentes momentos e que o processo de aprendizagem é gradual e progressivo.

A teoria da psicogênese da língua escrita é considerada uma contribuição significativa para o campo da educação, pois propõe uma compreensão mais ampla e complexa sobre a aquisição da linguagem escrita pelas crianças. Além disso, a teoria destaca a importância do papel ativo das crianças no processo de aprendizagem e sugere que os professores devem incentivar a construção de hipóteses e a experimentação pelos alunos, em vez de apenas ensinar regras e convenções de forma passiva.

Quais são os 4 níveis da escrita?

De acordo com a teoria da psicogênese da língua escrita, desenvolvida por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, existem quatro níveis ou estágios no processo de aquisição da linguagem escrita. Esses níveis são:

  1. Nível pré-silábico: neste estágio, a criança começa a utilizar o lápis ou a caneta para desenhar traços, formas e garatujas, sem compreender a relação entre os grafismos e as letras ou palavras. As crianças geralmente utilizam símbolos que têm significado para elas, mas que não seguem as convenções da escrita.

  2. Nível silábico: neste estágio, a criança começa a compreender que as palavras são formadas por sílabas e tenta representá-las por meio de letras ou outros símbolos. As crianças ainda não compreendem as correspondências entre as letras e os sons da fala, mas começam a experimentar com diferentes combinações de letras para representar as sílabas.

  3. Nível silábico-alfabético: neste estágio, a criança começa a compreender a relação entre as letras e os sons da fala e começa a utilizar as letras para representar as sílabas das palavras. As crianças ainda cometem erros e utilizam estratégias variadas para representar as palavras, mas já demonstram um maior conhecimento sobre as convenções da escrita.

  4. Nível alfabético: neste estágio, a criança já compreende as convenções da escrita e utiliza as letras de forma adequada para representar as palavras. A criança já é capaz de ler e escrever com maior facilidade, utilizando a ortografia correta das palavras.

É importante destacar que esses níveis não são rígidos e nem sequenciais. As crianças podem passar por diferentes estágios em momentos diferentes e podem retroceder em alguns momentos, antes de consolidar o conhecimento adquirido em um nível mais avançado. A teoria da psicogênese da língua escrita destaca a importância de compreender o processo de aquisição da linguagem escrita como um processo dinâmico e individualizado, em que cada criança constrói seu próprio conhecimento de forma ativa e criativa.

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