Resenha do livro: Indisciplina Na Escola Alternativas Teóricas e Práticas

30/10/2022

Júlio Groppa Aquino escreveu sobre a indisciplina escolar em seu livro: "Indisciplina Na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas".

Vários concursos na área da Educação incluíram o Capítulo 3, "Desordem na relação professor-aluno" em suas bibliografias. Em São Paulo, por exemplo, foi incluído em vários concursos.

Aquino faz perguntas como: O que está acontecendo com a educação brasileira atual? Qual é o papel da escola e dos professores e alunos nessa escola?

A máquina apenas tenta fazer com que as pessoas sigam as regras ou também contém a literatura clássica que esperamos que ela contenha?

O que a escola deve fazer para ajudar os alunos a se tornarem mais instruídos? Mais socializado? Mais especializado em uma carreira?

O desrespeito na escola é um grande problema, e se tornou uma questão inevitável devido ao seu forte impacto. Não é um tema novo, mas é uma preocupação há muito tempo.

Embora os professores relatem a indisciplina como o principal problema em seu trabalho, segundo Júlio Groppa Aquino, não há muitos estudos sobre o tema. A indisciplina ocorre tanto nas escolas públicas quanto nas privadas, e extrapola o âmbito acadêmico-pedagógico, inesperado nas esperanças de diferentes teorias pedagógicas.

Ainda hoje, a escola é pensada como um lugar onde floresceu um grande potencial humano. A memória romantizada da escola parece ter sido substituída pela perspectiva de que a escola é um campo de batalha de pequenos, mas visíveis, conflitos. Isso deixa algumas pessoas desconfortáveis.

O que é disciplina na Escola e como os recursos podem ser usados para lidar com ela?

Júlio Groppa Aquino diz não haver muitos estudos voltados para a disciplina na escola, que se diz ser o principal problema dos professores em seu trabalho.

Nas escolas públicas e privadas, a indisciplina é um problema. Vai além do âmbito didático-pedagógico que muitas teorias pedagógicas consideram, para o âmbito social.

As ciências da educação incluem muitas áreas diferentes, e todas essas áreas tiveram que se unir para resolver o novo problema de como a realidade virtual será incorporada à educação. O problema teve que ser enfrentado a partir de múltiplas disciplinas na educação, tornando-se um problema transversal.

As ciências da educação incluem muitas áreas diferentes, e todas elas tiveram que trabalhar juntas para resolver o novo problema de como configurar o assunto em linhas interdisciplinares, o que o problema originalmente pedia. O problema exigia que todos trabalhassem juntos, como uma passagem entre áreas.

Embora a escola tenha suas próprias regras e rotinas, ela não pode ser isolada do resto da sociedade. Quando os alunos estão agindo, geralmente é um sinal de um problema maior fora da escola.

As escolas não são o único lugar onde a disciplina é necessária. A disciplina está ligada ao contexto socioeconômico da época e a outras instituições fora da escola.

Há duas formas de pensar sobre o assunto, segundo o autor.

A cultura influencia nossas crenças e ideias. Um histórico, influenciado pela cultura em que se vive.

As famílias influenciam as escolas em outra categoria psicológica.

Na escola, a indolência e a desorganização têm uma longa história. A visão sócio-histórica explora porque esse problema pode ter começado e como ele evoluiu ao longo do tempo.

No início do século XX, havia a necessidade de disciplina e controle do corpo e da fala, como mostra um documento intitulado Recomendações Disciplinares de 1922, segundo Aquino.

A indisciplina na escola mostra que as coisas pioraram hoje, explicou. "Em classe a disciplina deverá ser severa: - os alunos manterão entre si silêncio [...] serão retirados do recreio ou sofrerão a pena necessária os alunos que gritarem, fizerem correrias, [...]"

Ele explicou que a desordem de classe está mostrando que as coisas estão piores hoje. Os alunos precisam ficar quietos quando outros alunos estão falando, e a disciplina precisa ser rigorosa.

Alguns podem se lembrar da escola como um lugar de completo silêncio na sala de aula, e os alunos fazendo fila do lado de fora. Alguns podem ver isso como um ideal que eles queriam quando estavam na escola, ou como algo nostálgico. Mas também é fácil ver que isso pode ser uma ameaça de punição, ou disciplina imposta pelo medo e coerção. Isso significa que temos que saudar? Pergunta o autor.

A escola tinha a sensação de um quartel militar, com os professores mais acima na hierarquia por terem conhecimento, bem como por estarem mais próximos da lei. Os professores são a figura superior na sala de aula e os alunos são os mais baixos na hierarquia. A sala de aula espelha as relações em uma sociedade baseadas na subordinação e obediência.

Em teoria, as relações sociais foram desmilitarizadas quando o país foi democratizado, e uma nova geração surgiu.

Indisciplina Na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas
Indisciplina Na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas

As escolas não têm uma reputação muito liberal. Podem ser conservadores e seletivos, limitando quem pode comparecer com base nos exames e na classe social da família. Mesmo que qualquer um possa ir agora, ainda existem métodos de exclusão, como reprovar repetidamente. A universalização do acesso à escola não tem sido associada a um maior investimento na escola, mas sim ao rebaixamento dos padrões de ensino.

A escola não consegue gerenciar as mudanças de comportamento dos alunos porque não está preparada para acolher plenamente os novos valores e demandas do sujeito histórico que entrou em sua ordem arcaica. A escola não conseguiu lidar com a indisciplina dos alunos porque era um indício de que a escola não conseguia absorver plenamente esse novo sujeito histórico. O perfil dos alunos também mudou, o que também foi motivo de indisciplina dos alunos.

Quando os alunos têm mau comportamento e desrespeito por seus professores, é porque estão reagindo às velhas formas estabelecidas da escola com seus novos eus que fazem história. Eles estão tentando romper com o velho modelo de autoritarismo em favor da formação de uma instituição menos elitista e mais progressista.

Se olharmos para a escola como uma instituição em um contexto social mais amplo, a atuação dos alunos pode ser vista como uma força do bem, criando significados e possibilidades para a escola que antes não se suspeitavam.

O Olhar Psicológico é um olhar que mostra emoção e humor.

No sentido psicossocial, indisciplina é não ter o autocontrole que se espera de um aluno. Não é considerada uma doença mental patológica, mas carece de controle baseado na relação com figuras de autoridade.

Antes de ir para a escola, o aluno precisa ter sido exposto e aprendido a moral e a autoridade do mundo exterior na família. A vida em grupo e o trabalho em sala de aula exigem uma infraestrutura psicológica de valores como solidariedade, cooperação, reciprocidade, abertura a regras comuns e capacidade de se colocar no lugar do outro.

As escolas esperam que os alunos tenham aprendido sobre esses valores em casa, e não na escola.

As famílias são responsáveis por ensinar a seus filhos o bom comportamento, mas quando as famílias não conseguem fazer isso bem, a escola tem que intervir e impor regras e consequências. Quando as famílias não conseguem cuidar adequadamente de seus filhos, pode-se evidenciar uma ruptura no papel tradicional da família e causar desorganização. O papel da escola na educação quase pode assumir o papel das famílias na criação dos filhos, com tanta disciplina sendo imposta. Escolas e famílias são as duas instituições que moldam o que é considerado educação global. Ambos desempenham um papel significativo no processo e não podem ser pensados como entidades separadas. Em vez disso, eles trabalham juntos para ajudar mutualmente, criando um relacionamento benéfico que funciona bem.

A falta de disciplina na escola afeta todos os aspectos da relação entre alunos, professores e a própria escola.

A relação entre professor e aluno é o centro de uma nova ordem pedagógica na escola. Essa ordem dá sentido à instituição escolar.

Professores e alunos ocupam o espaço privilegiado de aprendizagem na escola. O relacionamento deles é crucial para entender e derrotar a indisciplina, pois são eles que interagem diariamente. Nosso relacionamento com nosso número oposto também é fundamental. Ambos estão envolvidos no mesmo jogo, nosso inimigo é a ignorância, estar muito confuso e se conformar com o mundo.

Quando os alunos não têm a estrutura moral ou psicológica, o que seus professores farão? Tomás de Aquino diz que matemática, línguas e arte estão melhorando moralmente. Além disso, o trabalho do conhecimento exige a adesão a regras, exceções, regularidades e semelhanças.

O conhecimento requer confusão, inquietação e desobediência às regras. Como esse caos pode ser transformado em ciência? Como essa desordem pode ser transformada em um novo sistema? Essa é a questão fundamental.

Cada aula, cada semestre e cada ano exigem um novo esforço para adquirir conhecimento. As metodologias, o conteúdo e a relação do sujeito devem ser reinventados continuamente. Deixe o assunto influenciar a experiência.

Júlio Groppa Aquino pede um contrato pedagógico para resolver o problema do mau comportamento na escola. O contrato deve ser claro para ambas as partes e deve ser revisto sempre que necessário.

Autor: Robson Silva

Possui graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário Fundação Santo André (2002). Pós-graduado em Gestão Escolar Pelo Centro Universitário SENAC e especialização latu sensu em gestão, planejamento, implementação da Educação a Distância pela UFF (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE). Atualmente é Diretor de Escola da Rede Municipal de Educação de São Paulo. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem, atuando como Coordenador Pedagógico e Professor de Ensino Fundamental I tanto nas Rede de Ensino de São Paulo/SP como de Diadema/SP. E-mail: [email protected]